Monday, February 26, 2007

Parte IV - Book of Secrets

Parte IV - Book of Secrets


“Conte-me seus segredos
Faça-me suas perguntas
Oh, vamos voltar para o começo”


Na noite sombria e gélida a pequena presença deslizava suavemente pelos imensos corredores de pedra do castelo de Donan.

Trajava um vestido azul escuro que realçava-lhe ainda mais os belos olhos tão intensos quanto o céu da meia noite. Os cabelos negros encontravam-se parcialmente presos e levemente ondulados, com pequenas mechas deslizando pelo rosto pálido e angelical fazendo-a parecer uma verdadeira boneca de porcelana.

Annita sempre fazia questão que todos se vestissem de maneira apropriada para as festividades. Talvez pelo fato da senhora sempre se esforçar ao máximo apenas para tornar qualquer festa ou reunião agradável a todos que estivessem presente.

Neste ano Suzannah não havia participado dos preparativos para o natal, pois quando não encontrava-se enviando cartas e presentes, ou conversando com Mathieu, estava envolvida por suas pesquisas em relação ao diário de Megara McKinnon.

Após tantas buscas pelos livros da biblioteca de Hogwarts a jovem começou a desconfiar da origem do idioma usado por sua mãe e suas suspeitas foram confirmadas quando encontrara o mesmo idioma em livros que pertenciam exclusivamente ao clã McKinnon.

Era uma linguagem muito antiga, criada pelos primeiros membros do clã e esquecida após tantas vidas perdidas.

Com as fontes corretas Suzannah não encontrara dificuldade para descobrir que todo o conjunto de frases desconexas do diário formavam na realidade um feitiço tão ou mais antigo quanto a linguagem utilizada. O feitiço é capaz de tornar objetos comuns em abrigos para qualquer lembrança, embora muito mais seguro que uma penceira é também um método mais restrito.

Não era fácil acessar as memórias guardadas pelas páginas amareladas, cada lembrança consumia energia de quem a via e bloqueava o acesso aos demais fragmentos iguais a si por um tempo indeterminado.

Os pensamentos de Suzannah foram interrompidos pela voz de Annita que exclamava encantada sobre sua aparência. Mas ela não prendeu sua atenção na tutora, deslizava os olhos pelo ambiente enfeitado até que as orbes azuis se fixassem em uma feição que lhe era tão familiar.

Mathieu trajava uma camisa social branca impecável quanto a limpeza e a falta de dobras, embora não se encontrasse presa pela calça negra e nem abotoada nas mangas e no colarinho.

Suzannah espantou-se ao pegar-se observando o rapaz tão atentamente e como se não bastasse havia avaliado que ele realmente parecia mais elegante com seu estilo próprio do que os demais cavalheiros.

Por algum motivo ainda desconhecido ambos tiveram diversas conversas que variavam entre banalidades e assuntos sérios durante aquelas férias e não havia como manter a visão desagradável que possuía em relação ao rapaz anteriormente.

Não desejando concluir a própria linha de pensamento Suzannah afastou-os para um canto isolado de sua mente e procurou concentrar-se em analisar a decoração.

O restante da noite foi agradável, Annita parecia realmente animada mesmo que tivesse como companhia apenas Mathieu e Suzannah. Logo após saborearem a uma farta e deliciosa ceia todos passaram um tempo incontável na sala de música e por fim cada um se recolheu para o aconchego de seus próprios aposentos.


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N/A: a citação é um trecho da música The Scientist da banda Coldplay. Imagem ilustrativa feita por Suzannah, com Natalie Portman representando Suzannah Deveraux.

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